Com o início do ano letivo, pais e professores precisam estar atentos a sinais que podem indicar transtornos de aprendizagem, como dislexia, discalculia ou ainda o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O Instituto You.Up, organização social sem fins lucrativos com sede em Joinville (SC), reforça a importância da identificação precoce para garantir um processo educacional mais inclusivo e eficaz.

A psicopedagoga Cleide Hoffmann Bernardes, gestora técnica do Instituto You.Up, explica que a primeira etapa é acompanhar de perto o desenvolvimento escolar da criança ou do adolescente. “É essencial que os pais observem se os filhos conseguem acompanhar a turma, se estão atentos e interessados ou se parecem distantes e desmotivados. Além disso, dificuldades na leitura, na escrita e na compreensão numérica devem ser analisadas com cuidado”, destaca Cleide.
Sinais de alerta
Segundo a especialista, crianças muito agitadas ou desatentas podem ou não ter TDAH. “Nem toda criança agitada é hiperativa, assim como nem toda criança distraída tem o transtorno do tipo desatento. O que deve ser analisado é o quanto este comportamento impacta na vida social e no aprendizado”, explica.
No caso da dislexia, a atenção deve estar voltada para a dificuldade em reconhecer letras, associá-las aos sons, formar palavras e compreender textos. Crianças ou adolescentes com discalculia podem apresentar dificuldades em contar, estimar quantidades, lembrar fatos matemáticos básicos e realizar cálculos.
Diagnóstico e intervenção
Identificar e tratar essas dificuldades o quanto antes é essencial para evitar impactos negativos na autoestima e no desempenho escolar. “Infelizmente, muitas crianças e adolescentes são rotulados como preguiçosos ou pouco inteligentes, quando na verdade o que precisam é de uma abordagem diferenciada. Todos podem aprender, desde que lhes ofereçam as adequações necessárias à sua condição”, reforça Cleide.
O tratamento é multidisciplinar e pode envolver psicopedagogos, fonoaudiólogos, neuropediatras, entre outros profissionais. Ferramentas como a régua de leitura para disléxicos, maior tempo para realização de atividades e provas são exemplos de estratégias que podem facilitar a aprendizagem. “Cada caso é único e as intervenções devem ser adaptadas conforme a necessidade do estudante”, afirma a psicopedagoga.

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