Cresce o descontentamento entre vereadores que compõem a base aliada do prefeito de Codó, Chiquinho do PT, e isso pode comprometer diretamente o projeto político do deputado estadual Francisco Nagib (PSB), conhecido como “Deputado Rachadinha”, para as eleições de 2026.

Nos bastidores da Câmara Municipal, os comentários são de que a maioria dos parlamentares aliados ao prefeito não pretende seguir com Nagib na próxima disputa eleitoral. O principal motivo seria a falta de espaço e reconhecimento dentro da atual gestão. Apesar de integrarem a base governista, muitos vereadores relatam se sentir ignorados e sem o prestígio que esperavam como aliados.

Além disso, a postura de confronto adotada por Nagib contra o governador Carlos Brandão tem causado incômodo. A maioria dos vereadores da base é ligada ao Palácio dos Leões e não vê com bons olhos os constantes ataques feitos pelo deputado ao chefe do Executivo estadual. Para evitar atritos com o grupo do governador, os parlamentares têm evitado declarar apoio a Nagib, sinalizando um possível rompimento em 2026.

A crise na base aliada tem se refletido nas sessões da Câmara. Dos 15 vereadores que compõem a base de Chiquinho do PT, apenas dois têm saído em defesa da gestão municipal. A maioria tem adotado o silêncio ou, em alguns casos, feito críticas públicas à administração. Entre as denúncias recentes estão a cobrança indevida de impostos e a ausência de médico legista na cidade.

Diante da resistência, Nagib já teria confidenciado a aliados próximos que, caso não conte com o apoio dos atuais vereadores, buscará fortalecer seu projeto com o apoio de suplentes e novas lideranças. O impasse evidencia um racha interno no grupo político do prefeito.

Outro fator que complica ainda mais o cenário de Nagib é sua permanência na lista de inelegíveis do Tribunal de Contas da União (TCU), por conta de uma condenação relacionada à falta de comprovação de despesas com recursos do Programa de Educação Infantil – Novos Estabelecimentos, durante sua gestão como prefeito de Codó em 2017.

Embora afirme a aliados que já teria resolvido o problema, a informação não procede. Seus advogados enfrentam dificuldades para reverter a inelegibilidade, e, diante da possibilidade de não conseguir disputar o pleito, Nagib trabalha com um plano B: lançar sua esposa, Agnes Oliveira, como candidata. No entanto, seu nome enfrenta forte rejeição dentro do próprio grupo liderado por Chiquinho do PT.

Com um cenário cada vez mais fragmentado, o projeto político de Francisco Nagib para 2026 encontra-se ameaçado, não apenas pela Justiça, mas também pela perda de apoio em sua própria base.